1 de abril de 2020

desabafando sozinha

Isso não é um poema. Ou envolve poesia. Foi uma reflexão que me ocorreu e quis compartilhar. 

Desde a minha assiduidade nesse blog em meados de 2010,12,14..até hoje muita coisa aconteceu. Eu deixei de ser a menina idiota e me tornei uma mulher (é estranho falar nisso, mas é real, eu virei adulta...). 

E como é comum na vida adulta, muitos conflitos internos e externos. Os internos eu fui implodindo até iniciar leves surtos de raiva, tristeza entre outras coisas.

Os externos foram acontecendo a medida que me relacionava com os que me cercava e tentava crescer profissionalmente.

Algumas pessoas simplesmente me expulsaram de suas vidas, outras, eu mesma fiz questão de retirar, algumas com muito orgulho, outras nem tanto assim... 

Minha questão é: algumas delas eu odeio. Eu não superei. Acreditava em umas amizades, fiz tudo que estava ao meu alcance para as pessoas ficarem bem e um belo dia acordei e me vi sendo completamente sugada, a doação só vinha da minha parte. 

Era uma via única na qual seguíamos, sendo eu uma égua e essas duas pessoas em cima de mim, uma mais que a outra.  

Eu só servi enquanto era útil, no primeiro sintoma de tristeza, no primeiro erro, na baixa produtividade, me tornei descartável, desprezível, uma coisa sem sentimentos. 

Uma eu me retirei da vida, outra me expulsou. E eu odeio elas. Tenho raiva. Tenho mágoas. E esses sentimentos me consomem. 

Eu não quero odiar. Não quero que ódio faça parte de mim. Mas odiar é muito mais fácil, revidar é muito fácil. Desejar a morte delas, o sofrimento delas é muito mais tranquilo para mim a desejar-lhes o bem, o amor, a a paz e a evolução. 

Quando me falavam que perdão é para os fortes eu não entendia. Perdoar era difícil? Eu não acreditava.

Nunca me considerei 'orgulhosona' e para mim, era fácil por o ego no bolso e pedir desculpas. Ou, quando me pediam desculpas/perdão respondia prontamente: tá perdoado(a)! 

Mas, quando eu fazia isso sem entender eu não estava pedindo perdão realmente. Eu falava por falar. E falar por falar não é perdoar. 

Então, eu comecei a entender o que era perdão: remissão de culpa/dívida/pena; absolvição, benevolência, indulgência...

Não era tão simples perdoar. Não é simples desejar o bem para quem te fez tanto mal. Não é fácil não desejar que aquela pessoa se f***, que morra, que se lasque em tudo.

Não é fácil sofrer por algo e querer que o culpado esteja bem e, pedir por Deus, para que a pessoa seja feliz e você possa seguir sua vida.

Aprender sobre si, sobre o que é paz também ajuda a encarar o perdão.

Olha, diante de tudo que vem acontecendo comigo nos últimos anos da minha vida, eu já sofri muito nas minhas relações pessoais, profissionais e muita ferida ainda estão abertas e eu trabalho nelas para que se curem.

Só que Deus! Só Deus para me ajudar a perdoar verdadeiramente e deixar tudo limpo e para trás. Só Deus, com sua eterna misericórdia e amor puro, para me dizer: EU TE PERDOO DE TODOS OS TEUS PECADOS, PERDOE-OS TAMBÉM.

Não sou melhor que ninguém. Do mesmo jeito que sou filha de Deus, meus 'magoadores' também são, então, como posso chegar para meu Pai, difamando meu irmão, desejando sua morte e ao fim, pedir que Ele me ajude?

É sensato da minha parte? Chegar pra Deus e dizer: "Pai, odeio meu irmão X, ele me magoou, mas me fez mal, não merece viver, não merece ser feliz, mas, eu mereço..."

O Pai vai falar: "Brenda, todos os dias vc erra com alguém, você não é perfeita e seu irmão também não, mesmo com seus erros eu te perdoo e te amo, porquê não faria o mesmo com teu irmão? Se eu perdoo você pecadora, porque eu não posso perdoar ele e derramar sobre a vida dele as mesmas bençãos que derramo na sua?"

" É Pai...O Sr. está certo. Eu preciso perdoar ele. Preciso entender que como irmãos vamos nos resolver um dia." responderia.

13 de novembro de 2019

competição

É preciso ser a primeira
A perfeita que mais tem
para mais ter

Com licença
Quem quiser que me passe.

Se todos vão com os coelhos 
Eu fico com a tartaruga

Chegar mais rápido não é a meta
meu caminho é o andar

A pé e descalça, 
parando quando cansada
Retomando quando revigorada

Sei que a minha chegada vem com cada amanhecer.
Me movimento com  tranquilidade, 
A paz é o meu caminho.


9 de dezembro de 2014

a vida e o ônibus

No calor do cotidiano
A vida e a roleta do ônibus não param
E quem logo chega de cara já anseia um lugar confortável diante do amontoado de gente
que as vezes só anseia a chegada no trabalho,
Outras só o trabalho...

E aí a felicidade chega quando num ponto qualquer, alguém desce e você sobe no melhor lugar,
Atrás do motorista, ao lado da janela
No lugar mais alto.
Pois não há nada melhor que chegar do que chegar e sentar na janela.

A vida é isso, um anseio de lugares
Numa hora você é levado pela massa por que não tem seu lugar
Outra hora usufrui de um canto bom, mas dependendo da chance, logo deve sair, pra deixa outro passar.

eu iria vestir um gerúndio nesse poema desgraçado
mas isto é perfeito e passado:
eu fiquei no ontem e você fechou a porta,
nem disse "obrigado".

7 de novembro de 2014

Depressao

De quê vale sorrir se a alma chora?
De fugir e nao ir embora
De sair sem ver nem ter a hora
De implorar pelo que não mais importa
De se completar com o que não aflora
De que vale o quê, vale nada.

20 de outubro de 2014

no ônibus a vida corre...

No calor do cotidiano
A vida e a roleta do ônibus não param
E quem logo chega de cara já anseia um lugar confortável diante do amontoado de gente
que as vezes só anseia a chegada no trabalho,
Outras só o trabalho

E aí a felicidade chega quando num ponto qualquer, alguém desce e você sobe no melhor lugar,
Atrás do motorista, ao lado da janela
No lugar mais alto.
Pois não há nada melhor que chegar do que chegar e sentar na janela.

A vida é isso: um anseio de lugares
Numa hora você é levado pela massa por não tem seu lugar
Outra hora usufrui de um canto bom, mas dependendo da chance, logo deve sair, pra deixa o outro passar.

19 de setembro de 2014

Falta de saco

Que a moral e o bons costumes me perdoem
Mas hoje não tô pra ladainha
Não tô pra encontrar um assento no ônibus e dar lugar à velhinha.
O egoísmo não permite que eu lute contra minha vontade e o sono por acordar cedo subsiste à incrível vontade de voltar pra cama
É, minha geração é preguiçosa, não tem vontade, não tem coragem, não tem gana, mas, quer grana pra tudo.
Que a moral e os bons costumes me perdoe mas hoje vou me permitir não ser legal, hoje vou colocar a cara de cú no rosto e desfilar por ai
Como se não dependesse de nada, como a pouco me importasse e que na verdade, não me importo mesmo.

11 de setembro de 2014

silêncio

aqui o silêncio se resume
ao emaranhado de ruídos
que flui das asas de mosquitos.

Drama

Uma lágrima escorre a escória do meu peito aberto
aberto às 0h do dia 01 de setembro deste ano,
quando te vi subir num avião qualquer e desde então esta vida, por de trás deste smartphone se resume à monotonia dos dias quentes e corridos.
E esse desencontro de tempo, lugar-espaço o vazio fica suspenso no ar, em pleno vácuo.
O que tem sido um porre. Isso é um porre. Escrever isso também é. Aborreço me... Porra dias, passa logo.

9 de setembro de 2014

Política 2014

Caminhando entre fezes e estercos, quem saberá o lado a seguir,
quem saberá em quem votar,
quem quem quem quem votar?

vejo um bando de gente comum tentando crescer nas minhas costas,
sob custas do meu suor, desarmando a vitória que teria se não fosse profunda exploração
Sinto na garganta o desespero de um nó
ao ver o país nas mãos dos companheiros,
que com simpatia adentram casas, prometendo mundos, fundos (imundos)
mas, que no fim estará a favor de suas vontades
governará de costas pra mim,
silenciando minha voz sempre que gritar for possível.

Brasil-política, socorro.
Mas quem vem? E...

(de onde?)

29 de agosto de 2014

viver como quisera

queria viver meu hoje
como se fosse morrer amanhã
mas, vou continuar viver hoje como se pudesse ver nascer o dia
(todo os dias)
mesmo sabendo que talvez eu não os veja.

27 de agosto de 2014

Faceira

A mulher que botou o homem da loucura pra baixo
Ô bicha faceira!
olha nos olhos de seu macho, de cima pra baixo,
Passando a mão em si, dobrando e desdobrando a blusa na barriga
Enquanto ele espera o ônibus da obra, ela olha pra ele e o namora
Como quem não vai voltar pra casa,
Como quem não pertence àquele lugar, mas pertence à ela

Essa mulher, cínica por natureza,
Tem o poder - em si o mistério,
Trabalha à  noite, mas não vendendo o corpo,
Soa lavando copos numa cozinha de um botequinho fuleiro,
Mas que se enche de graça quando seu andar passa, levando as "taças"

Essa mulher faceira, quente, trabalhadeira, que ganha a vida no muque, espera o amor do homem, que ela envolve no ponto, que a princípio, de longe, parece cair no infinito da teia dela.

resistência

estabeleci, com o peso da consciência obesa que hoje foi o meu último dia de impulsos alimentares.

A vontade é vomitar tudo que ouvi, vi, senti e comi. A vontade é por pra fora o que não deveria ter entrado, a vontade é vomitar. Mas eu resisti.

26 de agosto de 2014

meia, meia boca


Tentei na íntegra ser inteira
Cai de cara e de primeira
Na tentativa de ser original

Não faz mal, tudo acrescenta
com calma se ajeita
É, um dia chego lá

Diante de todas variáveis desse plano cartesiano
Conheci a fundo o negativo e hoje, meu salto é um pouco menos que positivo.
Numa tendencia proporcional de crescer conforme a vontade,
a vida vai me mostrando os autos e os baixos dessa hipérbole da linha horizontal

Quanto ao meu estilo, se acomode,
Meia hora, meia vida, um meio no tédio, meia boca.

20 de agosto de 2014

Na metade

Numa encruzilhada
Entre bombas e artifícios
Mortos e feridos
Não salvam se ninguem
Em cada lado, a existência de uma verdade absoluta impera e luta por hegemonia política (ou financeira?)
A ferro e fogo o outro deve engolir,
Custe quantos dias a raiar,
Custe quantos mães, pais e filhos a matar,
Fogo!
(tudo pelo poder de poder)
Soldados!
(uns matando para sobreviver, outros lutando para garantir a vida)
Dignidade humana
(osaúda de longe, perplexa)
Não importa o lado: a diplomacia mandará respostas por fogo.

19 de agosto de 2014

Coisa de mãe

sol torrando a pele
uma mãe cuidadosa
vestida de flor
pega sua menina
leva pra escola
e com zelo e carinho, numa mão segura a sombrinha e noutra guia a bicicleta como se guiasse vidas - e guia
A mãe assina para filha, em cada pedalada a mudança do destino
e hoje vai dorme feliz, mais um dia grande de mãe cumprido.

18 de agosto de 2014

egoísmo

eu não gastarei nenhum cálice dessa poesia para contemplar sua superficialidade.

E não escorrerá nenhuma gota de lágrima ou suor em sua espera - não há de haver espera.

9 de julho de 2014

É só isso

A balança diz que estou sobrepeso,  a moda que estou passada, a vida desajeitada. Assumir o que sou nunca foi um erro. Ou é isso ou é o dedo na garganta, pra cuspir a comida no vaso. Ou eu fico bem ou moro de vez. E quer saber? Escolhi viver e viver bem. Isto não é nada e muito menos uma poesia... É só o que eu gostaria me dizer e que ecoasse durante uns anos, para quando esquecer, recordar isso novamente.

20 de janeiro de 2014